A diminuição da natalidade e o adiamento do nascimento do primeiro filho têm evidenciado a importância de melhor compreender as motivações para a parentalidade. Atendendo à sua variabilidade sociocultural, este estudo qualitativo teve como principal objectivo conhecer as motivações positivas e negativas para a parentalidade numa amostra da população portuguesa. A amostra foi constituída por24 participantes, recrutados entre os profissionais e utentes da Maternidade Doutor Daniel de Matos dos Hospitais da Universidade de Coimbra e por convite a participantes da população em geral. Foram realizados três grupos focais com utentes/participantes da população em geral e um grupo focal com profissionais. A análise de conteúdo revelou uma vasta constelação de motivações positivas e negativas; estas expressaram-se em dimensões emocionais/psicológicas, sociais/normativas, económicas/utilitárias e biológicas/físicas. As motivações positivas foram as mais frequentemente referidas; no entanto, foram menos referidas que as negativas na dimensão emocional/psicológica. Embora exploratórios, estes resultados tendem a apoiar a investigação existente, apontando, contudo, para algumas especificidades que importa aprofundar em investigações futuras. Evidenciam ainda a importância de avaliar as motivações para a parentalidade, especialmente entre as mulheres que revelem dificuldades emocionais.
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Guedes, M., Carvalho, P. S., Pires, R., & Canavarro, M. C. (2012). Uma abordagem qualitativa às motivações positivas e negativas para a parentalidade. Análise Psicológica, 29(4), 535–551. https://doi.org/10.14417/ap.102
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