Resumo Neste trabalho, foram revistas as características clínicas e epidemiológicas das infecções pelo Vírus do Nilo Ocidental (VNO), destacando modo de transmissão, reservatórios e vetores, bem como a distribuição geográfica de aves reservatórias e suas rotas de migração no continente americano, de forma a embasar a discussão das possibilidades de introdução do vírus no Brasil e a proposição de estratégias de vigilância adequadas à nossa realidade. A revisão foi realizada pela consulta à base de dados MEDLINE, no período 1991-2002, complementada pela utilização dos textos encontrados através do mecanismo de busca da página dos Centers for Disease Control and Prevention (CDC)(home page na internet: cdc.gov). Foram também consultados livros-texto de reconhecimento internacional, nas disciplinas pertinentes ao desenvolvimento do estudo. O VNO é um arbovírus transmitido pela picada de mosquitos infectados. O vírus infecta principalmente aves, homens e eqüinos. No homem, pode produzir desde quadros oligossintomáticos até casos graves e fatais de encefalite. A primeira epidemia de VNO nas Américas ocorreu em 1999, em Nova Iorque, Estados Unidos da América (EUA). Anteriormente, o vírus ocorria apenas no Velho Mundo, onde aves migratórias desempenham papel importante na disseminação. A América do Sul, por sua vez, recebe centenas de espécies de aves migratórias provenientes do hemisfério norte, inclusive de áreas onde o vírus foi detectado. O conjunto desses deslocamentos migratórios permitiria a disseminação do VNO em todo o continente americano. Dessa forma, o propósito do sistema de vigilância seria o de detectar a introdução do vírus no país. A principal área de atuação do sistema seria a vigilância ambiental de reservatórios e vetores.
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Luna, E. J. A., Pereira, L. E., & Souza, R. P. de. (2003). Encefalite do Nilo Ocidental, nossa próxima epidemia? Epidemiologia e Serviços de Saúde, 12(1). https://doi.org/10.5123/s1679-49742003000100002
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