O monitoramento estratégico de políticas públicas é, ao mesmo tempo, uma grande carência e uma ampla necessidade para a alta administração pública brasileira. Entre outras razões para este paradoxo, discutem-se no texto questões ligadas à alienação e à resignação, ambas aplicadas ao contexto institucional. Em seguida, é feita a problematização da proposta de monitoramento estratégico, entendido como uma metodologia que busca, de forma permanente e sistêmica, diagnosticar e expor fragilidades em políticas públicas selecionadas, com vistas a ampliar a capacidade de implementação, bem como criar estoque de conhecimentos sobre a política. Posteriormente, apresenta-se a descrição da plataforma de organização e análise de informações, com destaque para algumas de suas categorias principais: as capacidades organizacionais, os processos institucionais e a entrega de bens e serviços à sociedade. Por fim, analisam-se a operacionalização e os seus principais entraves, tais como a dificuldade na obtenção de informações, a resistência da burocracia a sistematizar e aprofundar o conhecimento sobre a política pública, o aumento do constrangimento ao expor fragilidades e o baixo interesse dos decisores por informações do gênero. Com isso, é feita a reflexão final sobre os principais desafios do monitoramento estratégico, buscando traçar possíveis rotas para solucioná-los.
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Cardoso_Junior, J. C. P. (2014). Monitoramento estratégico de Políticas Públicas: Requisitos tecnopolíticos, proposta metodológica e implicações práticas para a alta administração pública brasileira. Revista Brasileira de Monitoramento e Avaliação, 7, 4–29. https://doi.org/10.4322/rbma201407002
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