O ordenamento territorial pós-1960 na Amazônia erige uma nova organização espacial, com as empresas capitalistas como agentes hegemônicos, com destaque para a indústria pesqueira no Nordeste Paraense. A apropriação do território pelos novos agentes hegemônicos desterritorializou os agentes que realizavam uma apropriação comum do território: os pescadores artesanais. Essa desterritorialização implicou numa reterritorialização (modo de reprodução da pesca artesanal encontrado a partir da inserção da pesca industrial: uma territorialização precária) que se deu através: a) da especialização em pescar espécies que não interessam aos grandes atores; ou b) da conversão em força de trabalho para os novos agentes sociais. A natureza a ser (re)territorializada é, porém, tecnificada, no sentido em que já não pode ser apropriada ou concebida conforme a técnica e as práticas anteriores. Daí deriva a hipótese central de que a produção da nova organização espacial da pesca no Nordeste Paraense se dá simultaneamente com a territorialização “enquanto recurso” para alguns e reterritorialização “enquanto abrigo” para outros. Sob estes moldes, a reterritorialização da pesca artesanal é um momento da reprodução ampliada do capital, sob a forma de acumulação primitiva (acumulação por espoliação).
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Sombra, D., Mota, G. D. S., Leite, A. D. S., & Castro, C. J. N. de. (2018). A RETERRITORIALIZAÇÃO PESQUEIRA NO ESTADO DO PARÁ: REPRODUÇÃO CONTRADITÓRIA DAS RELAÇÕES CAPITALISTAS. Revista de Geografia, 35(2), 243. https://doi.org/10.51359/2238-6211.2018.229293
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