Em riachos de pequena ordem a vegetação ripária é fundamental para o funcionamento destes ecossistemas. A decomposição foliar em corpos hídricos é influenciada pelas características químicas e estruturais dos detritos e pela ação de microrganismos e invertebrados. A substituição da vegetação nativa por espécies exóticas pode influenciar nos processos ecológicos dos riachos. Os objetivos deste estudo foram avaliar as taxas de decomposição de detritos nativos e exóticos em riacho e a colonização de larvas de Phylloicus sp. nestes detritos. Foram incubados em um riacho folhas das espécies nativas Nectandra megapotamica, Cryptocaria aschersoniana, Cedrela fissilis, Eugenia uniflora, Myrcianthes pungens, Handroanthus heptaphyllus, Inga marginata e das espécies exóticas Hovenia dulcis, Pinus sp. e Eucalyptus sp. Após 3, 10, 17, 24 e 31 dias as folhas foram retiradas para análise das taxas de decomposição e abundância de Phylloicus associados. As características químicas e estruturais das folhas diferiram entre espécies e origens. A maior taxa de decomposição foi observada em E. uniflora e a menor em Pinus sp. A abundância de Phylloicus variou entre as espécies vegetais estudadas, mas não entre suas origens. As variações nas taxas de decomposição e colonização por Phylloicus estão relacionadas às características químicas e estruturais das folhas. Desta forma, estas características foliares estão associadas com a qualidade nutricional dos detritos, influenciando a decomposição. A integridade da zona ripária demonstrou ser um fator fundamental para o funcionamento de riachos.
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Hepp, L., & Pastore, B. (2020). A IMPORTÂNCIA DA VEGETAÇÃO RIPÁRIA PARA O FUNCIONAMENTO DE RIACHOS: EFEITOS DA QUALIDADE QUÍMICA E ORIGEM DAS ESPÉCIES. Vivências, 17(32), 439–455. https://doi.org/10.31512/vivencias.v17i32.384
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