Analisa-se a abordagem do ponto de vista do lugar dos agentes em “A miséria do mundo”, de Bourdieu et al., onde os autores buscam compreender a representação dos agentes classificados como possuidores de capital simbólico negativo. A partir da emergência das vozes dos próprios agentes, Bourdieu observa o espaço dos possíveis, porém impossíveis de superação dos conflitos implícitos nas diferentes visões e no confronto dos que vivem a condição de discriminação. A compreensão do universo dos agentes que coabitam na miséria é vista na chave da reflexividade da prática que descama a dóxa através da hermenêutica das identidades estigmatizadas. Na referência da objetivação participante, a interface entre a fenomenologia e as “meditações pascalianas” se contrapõe ao positivismo e ao racionalismo cientificista.
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Ribeiro, M. T. R. (2014). O espaço dos possíveis, de Pierre Bourdieu. Ciências Sociais Unisinos, 50(2). https://doi.org/10.4013/csu.2014.50.2.01
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