Inserido no bojo de uma pesquisa que se preocupa com a configuração identitária dos sujeitos da linguagem, este texto pretende trazer reflexões sobre a figura do tradutor, a partir da análise de artigos publicados, no Brasil, em periódicos especializados. Assumindo “identidade” como resultante da formação imaginária (no sentido lacaniano), sempre a partir do outro, foi possível concluir que o tradutor é um sujeito heterogeneamente constituído. Uma constituição que se dá por representações múltiplas e conflitantes, provenientes, ao mesmo tempo, de suas experiências como profissional e das representações. Aliás, experiências e representações que teóricos da tradução emitem ou deixam escapar pelos interstícios de seu discurso a seu respeito e a respeito de sua tarefa e que, por serem reconhecidos e legitimados, internalizam de forma mais ou menos consciente. Encontram-se, pois, entre a ânsia de fidelidade e a impossibilidade de ser fiel, entre a busca das intenções do autor e a impossibilidade desse encontro, entre o consciente e o inconsciente, entre a necessidade e a impossibilidade da tradução, entre a reprodução e a criação...
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Coracini, M. J. R. F. (2005). Discurso sobre tradução: aspectos da configuração identitária do tradutor. Tradterm, 11, 29. https://doi.org/10.11606/issn.2317-9511.tradterm.2005.49674
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