Artigo de revisão bibliográfica sobre a medicalização da Educação a partir da queixa de déficit de atenção e hiperatividade proveniente da escola e demandante de diagnóstico médico e/ou psicológico. O objetivo deste artigo é apresentar a contribuição de autores nacionais e latino-americanos à crítica da medicalização da vida e do processo ensino-aprendizagem, marcado pelas explicações biológicas sobre o comportamento do aluno, especialmente daquele identificado como desatento e/ou inquieto sobre o qual se apõe o diagnóstico de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O material para análise foi selecionado pelo critério de relevância de autoria, a partir da busca em artigos e capítulos de livros que tinham como tema principal medicalização e TDAH. A análise qualitativa permite concluir que a medicalização está inserida no processo de biologização da vida e corresponde à transposição das explicações próprias do campo médico para as questões inerentes a outros campos, como a Educação. Quanto ao TDAH, trata-se de um transtorno mental que materializa a medicalização da Educação e sobre o qual ainda não há um consenso teórico. São apontadas, ainda, as incoerências internas nos critérios diagnósticos do TDAH erigidos pelo Manual diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais e algumas implicações da medicalização para o sujeito diagnosticado e para o contexto escolar.
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Coutinho, M. K. A. R. G., & Araujo, D. A. de C. (2018). A medicalização da vida escolar: incoerências na conceituação do TDAH. Série-Estudos - Periódico Do Programa de Pós-Graduação Em Educação Da UCDB, 223–239. https://doi.org/10.20435/serie-estudos.v23i47.959
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