O futebol adquiriu novas formas de organização em um período marcado pelo meio técnico-científico-informacional, em que empresas se tornam globais. Dentre essas maneiras, está a apropriação de clubes de futebol locais por empresários e corporações globais, que recorrentemente se tornam proprietários de mais de um clube. Para designar a existência de diversas agremiações controladas pelo mesmo proprietário, utiliza-se a sigla MCO (multi-club ownership). O capital privado sediado nos Estados Unidos tem aumentado consideravelmente seu interesse no futebol e canalizado largos investimentos no esporte. No Brasil, a venda de 90% da Sociedade Anônima do Futebol (SAF) de Botafogo de Futebol e Regatas e 70% da SAF Club de Regatas Vasco da Gama para companhias norte-americanas em 2022 são os principais exemplos desse fenômeno. Este estudo analisa a interação em redes de clubes de futebol a partir do surgimento de MCO, com ênfase na nova onda de investimentos estadunidenses em clubes de futebol no Brasil. O artigo busca responder a seguinte questão: esta onda de investimento reforça a introdução subordinada dos clubes numa organização operacional em redes? Observou-se que a onda atual de investimentos dos EUA em clubes de futebol no Brasil ampliou o fenômeno de MCO, permitindo a subordinação de clubes locais a uma estrutura centralizada, especialmente a partir da implementação das SAFs.
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Santos, I. S., Ferreira, J., & Pisani, J. R. (2023). Futebol, negócio e globalização. Geography Department University of Sao Paulo, 42, e203847. https://doi.org/10.11606/eissn.2236-2878.rdg.2022.203847
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