Resumo: Investigou-se, neste estudo, as concepções e tendências relativas ao currículo do curso superior de Ciências Contábeis no Brasil e em Portugal. Trata-se de um estudo comparado que, inserindo-se nos campos da História do Ensino Superior e da História das Instituições Escolares, teve como foco a categoria currículo dos cursos de contabilidade em duas instituições, uma brasileira e uma portuguesa: a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e o Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Lisboa (ISCAL). O recorte temporal abrange o período de 1940 a 1985. No Brasil, a regulamentação e a inclusão do ensino de contabilidade em nível superior datam de 1945, sendo a FEA-USP, a precursora desse ensino desde 1946. Em Portugal, o ISCAL foi a primeira instituição a ministrar, em 1975, o bacharelato em contabilidade, quando o curso de contabilista foi reestruturado em nível superior. Conclui-se que o currículo escrito era o instrumento para a disseminação do conteúdo e também para a formação profissional nos moldes exigidos pela cultura capitalista vigente. Em ambas as instituições, o currículo adotado nos anos iniciais reflete determinações legais e influências políticas e econômicas. A partir da década de 1970, em ambas as IES, a concepção de ensino - derivada do currículo baseado na escola norte-americana - apresenta a tendência reprodutivista e tecnicista que marca, em nível mundial, o ensino de contabilidade.
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Silva, M. A., & Quillici Neto, A. (2018). O currículo do curso de Ciências Contábeis no Brasil e em Portugal: aproximações e distanciamentos. Revista Brasileira de História Da Educação, 18, 1–33. https://doi.org/10.4025/rbhe.v18.2018.e005
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