OBJETIVO: Estimar a prevalência de exposição aos campos magnéticos gerados por linhas de transmissão (LT) e caracterizar a população exposta. MÉTODOS: Informações sobre LT da Região Metropolitana de São Paulo foram fornecidas pelas concessionárias de energia e mapeadas usando sistema de informação geográfica (SIG). Dados demográficos e socioeconômicos foram obtidos por meio do Censo 2000 e incluídos no SIG em outra camada. Foram considerados expostos os domicílios e seus habitantes localizados a uma distância da LT suficiente para gerar um campo magnético 0,3 µT (microteslas). A prevalência foi estimada por meio da área de corredores de exposição ao longo das LT. A largura dos corredores de exposição se baseou em duas abordagens: uma consistiu em larguras pré-definidas pela tensão da LT e a outra por meio de cálculo do campo magnético. As informações socioeconômicas entre expostos e não expostos foram comparadas pela aplicação do teste de duas proporções (α= 5%). RESULTADOS: Nos corredores com larguras pré-definidas a prevalência de exposição foi de 2,4% e nos corredores calculados, foi de 1,4%. Ambos os métodos indicaram maior prevalência de exposição na população mais jovem, com menores níveis de renda e escolaridade (p < 0,001). CONCLUSÕES: A prevalência de exposição aos campos magnéticos gerados por LT na região metropolitana de São Paulo ficou abaixo do observado em outros países. Os resultados indicam desigualdade na exposição aos campos magnéticos nessa área urbana, com maiores riscos às populações vulneráveis, como crianças e pessoas socioeconomicamente desfavorecidas.OBJECTIVE: To estimate the prevalence of exposure to magnetic fields generated by transmission lines (TL) and characterize the exposed population. METHODS: Information about TL in the metropolitan region of São Paulo, Southeastern Brazil, was provided by the electricity companies and mapped out using geographic information system (GIS). Demographic and socioeconomic data were obtained from the 2000 Census and added to the GIS in another layer. Households and their inhabitants that were located at a distance from the TL that was sufficient to generate a magnetic field 0.3 µT (microteslas) were deemed to be exposed. The prevalence was estimated according to the area of the corridors of exposure along the TL. Two approaches were used to delimit the corridor width: one consisted of widths that were predefined by the TL voltage, and the other consisted of calculation of the magnetic field. The socioeconomic information on the exposed and non-exposed populations were compared by applying the two-proportion test (α= 5%). RESULTS: In the corridors with predefined widths, the prevalence of exposure was 2.4%, and in the calculated corridors, the prevalence was 1.4%. Both methods indicated higher prevalence of exposure among the younger population, and among individuals with lower education and income levels (p < 0.001). CONCLUSIONS: The prevalence of exposure to magnetic fields generated by TL in the metropolitan region of São Paulo was lower than what has been observed in other countries. The results indicate inequality in the exposure to magnetic fields in this urban area, with greater risk to vulnerable populations such as children and socioeconomically less favored individuals.OBJETIVO: Estimar la prevalencia de exposición a los campos magnéticos generados por líneas de transmisión (LT) y caracterizar la población expuesta. MÉTODOS: Informaciones sobre LT de la Región Metropolitana de São Paulo (Sureste de Brasil) fueron providenciadas por las concesionarias de energía y mapeadas usando el sistema de información geográfica (SIG). Datos demográficos y socioeconómicos fueron obtenidos por medio del Censo 2000 e incluidos en el SIG en otra camada. Fueron considerados expuestos los domicilios y sus habitantes localizados a una distancia de la LT suficiente para generar un campo magnético 0,3 μT (microteslas). La prevalencia fue estimada por medio del área de corredores de exposición a lo largo de las LT. El ancho de los corredores de exposición se basó en dos abordajes: uno consistió en anchos pre-definidos por la tensión de la LT y la otra por medio del cálculo del campo magnético. Las informaciones socioeconómicas entre expuestos y no expuestos fueron comparadas por la aplicación de la prueba de dos proporciones (α=5%). RESULTADOS: En los corredores con anchos pre-definidos la prevalencia de exposición fue de 2,4% y en los corredores calculados, fue de 1,4%. Ambos métodos indicaron mayor prevalencia de exposición en la población más joven, con menores niveles de renta y escolaridad (p<0,001). CONCLUSIONES: La prevalencia de exposición a los campos magnéticos generados por LT en la Región Metropolitana de Sao Paulo se ubicó por debajo del observado en otros países. Los resultados indican desigualdad en la exposición a los campos magnéticos en esta área urbana, con mayores riesgos en las poblaciones vulnerables, como niños y personas socioeconómicamente desfavorecidas.
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Habermann, M., Marcílio, I., Lopes, M., Prado, R., Souza, M., & Gouveia, N. (2010). Desigualdade social e exposição a campos magnéticos na Região Metropolitana de São Paulo. Revista de Saúde Pública, 44(4), 703–709. https://doi.org/10.1590/s0034-89102010000400014
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