O objetivo deste artigo é examinar os papéis socioeconômicos, políticos e culturais do artesanato para a população indígena que vive em terras homologadas no Rio de Janeiro e na capital do Estado. O argumento central aponta que o artesanato permite não apenas a geração de renda no contexto de desenvolvimento da economia criativa no Estado, mas a promoção de autoafirmação e resistência à marginalização dos indígenas em políticas públicas e leis estaduais e federais e à sua invisibilidade em movimentos sociais dos próprios artesãos. O artesanato pode conduzir a maior autonomia e desenvolvimento das comunidades indígenas, ao vincular os elementos estéticos, simbólicos e sociais do artesanato local à melhoria das condições políticas e socioeconômicas de vida das comu- nidades no contexto de estímulo a setores criativos em áreas do Estado do Rio de Janeiro. Ao mesmo tempo, o artesanato oferece maior visibilidade à produção cultural de grupos sociais marginalizados, como os indígenas, alimentando as discussões potencialmente transformadoras sobre suas condições e posição secundária em políticas públicas e leis voltadas para o próprio artesanato, bem como nas organizações de artesãos.
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De Jesus, D. S. V. (2017). Economia criativa e resistência: o artesanato indígena no Estado do Rio de Janeiro. Ciências Sociais Unisinos, 53(2). https://doi.org/10.4013/csu.2017.53.2.19
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