O sistema prisional e os processos inerentes ao mesmo ainda são um tema pouco explorado e abordado no nosso país, começam-se a dar os primeiros passos na compreensão não só do sistema punidor e ressocializador em si, como também procura compreender as dinâmicas envolvidas: o recluso, adaptação deste, a delinquência, a personalidade anti-social, o crime, a punição. A presente investigação, procurou através de uma abordagem qualitativa compreender as percepções e opiniões de um conjunto de reclusos quanto à sua experiência de vida na transição de um meio livre para um meio totalitário, e o ajustamento diferenciado que cada recluso fez. Através de um guião de entrevista semi-estruturado procuramos analisar seis grandes dimensões (estado de saúde, situação familiar, suporte social intra-prisão, prisão actual, transição e ajustamento, projectos futuros e resiliência) e as vivências de cada recluso nestas dimensões. Verificamos que cada caso é um caso, e para interpretar a opinião de cada recluso temos que ter em consideração vários factores, entre eles o factor familiar, factor institucional, as características individuais de cada um, a história de desenvolvimento, o tipo de crime, a percepção que cada recluso tem do mesmo, o cumprimento de pena. Só depois de uma análise e uma abordagem total ao “Self” é que poderemos tentar compreender o indivíduo no seu todo e a sua adaptação à prisão.
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Novais, F. A. G., Ferreira, J. A., & Santos, E. R. dos. (2010). Transição e ajustamento de reclusos ao estabelecimento prisional. Psychologica, (52–II), 209–241. https://doi.org/10.14195/1647-8606_52-2_9
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