Géis (usando carbômero) e cremes (usando base autoemulsionante aniônica), contendo 2% (p/p), 6% (p/p) e 10% (p/p) de papaína, são utilizados para fins de cicatrização e desbridamento de ferimentos. Com estas formulações, armazenadas em dois ambientes (5-10 ºC e 30-35 ºC), durante 4 meses, foram realizadas análises (pH, análise organoléptica, espalhabilidade, análise microbiológica, teste de centrifugação e atividade enzimática) para avaliar estabilidade, contaminação por micro-organismos e ação proteolítica. Os resultados mostraram que, para ambas as formas farmacêuticas, em temperaturas mais elevadas, houve maior rapidez na perda da atividade enzimática. Géis com altas concentrações de papaína (10% p/p) são inviáveis, pois apresentaram espalhabilidade anormais. Os cremes com papaína, em todas as concentrações, apresentaram separação de fases pelo teste de centrifugação, mostrando instabilidade termodinâmica. Os cremes (6% p/p e 10% p/p) apresentaram decréscimo intenso e rápido (entre 24 horas a 1 semana após preparo) da atividade enzimática, inviabilizando seu uso por períodos prolongados. Resultados de pH e contaminação microbiológica não foram determinantes para reprovação das formulações. Sendo assim, o gel a 2% (p/p) foi a única formulação que não apresentou problemas críticos de estabilidade e perda de atividade enzimática, se for mantido entre 5-10 ºC.
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BORELLA, J. C., TEIXEIRA, J. C. L., PUGA, R. L. A., & STEVANATO, M. C. B. (2018). FORMAS FARMACÊUTICAS SEMISSÓLIDAS A BASE DE PAPAÍNA – AVALIAÇÃO PRELIMINAR DA ESTABILIDADE, CONTAMINAÇÃO MICROBIOLÓGICA E ATIVIDADE ENZIMÁTICA. Visão Acadêmica, 19(2). https://doi.org/10.5380/acd.v19i2.58223
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