Os trabalhos aqui relatados resultam, em boa parte, de um esforço de pesquisadores do Centro de Estudos da Saúde do Trabalhador e Eco- PREFÁCIO 1 2 logia Humana da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz (Cesteh/Ensp/Fiocruz), que, com outros parceiros, desenvolveram um Programa Integrado de Pesquisa sobre o Destino dos Agrotóxicos em uma importante região agrícola do estado do Rio de Janeiro. Esta obra é dividida em três partes, que se completam harmoniosamente. A primeira oferece um panorama do trinômio Agrotóxicos, Saúde e Meio Ambiente, focalizando a situação mundial, com destaque para os países em desenvolvimento, onde se inclui o Brasil. A segunda parte dedica-se à avaliação da exposição humana a agrotóxicos, apresentando experiências bem-sucedidas em Saúde e Meio Ambiente. Nela se concentram os textos que constituem desafios metodológicos, como, por exemplo, a eficácia das técnicas de avaliação de exposição humana a agrotóxicos, de avaliação ambiental a agrotóxicos e de avaliação da contaminação alimentar. Finalmente, na terceira parte, o leitor se depara com estudos relativos a perspectivas e desafios colocados pelo debate, vistos de diferentes ângulos de abordagem. A normatização de rótulos, a necessidade de um olhar interdisciplinar sobre o problema e o estabelecimento de nexo causal entre a exposição a agrotóxicos e o desenvolvimento de cânceres em seres humanos são alguns desses desafios. Contudo, o problema da comunicação rural é também colocado sob perspectiva dialógica e horizontal, fundada na interação de saberes técnicos e saberes populares, de modo a potencializar ações educativas na prevenção ao abuso de agrotóxico, e sobretudo na organização das forças sociais comunitárias para o enfrentamento dos problemas.
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Caldas, E. D. (2005). É veneno ou é remédio? agrotóxicos, saúde e ambiente. Cadernos de Saúde Pública, 21(1), 339–341. https://doi.org/10.1590/s0102-311x2005000100042
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