Na primeira parte deste ensaio, distinguimos três formas que a autonomia da ciência assume ao longo de sua história: a galileana, a vannevariana e a neoliberal. A galileana foi reivindicada por Galileu em seu conflito com a Igreja Católica. O termo “vannevariana” vem de Vannevar Bush, responsável pelo rela- tório Science, the endless frontier, que teve um papel fundamental na conformação das práticas científicas no período pós Segunda Guerra. A autonomia vannevariana diz respeito aos rumos da pesquisa científi- ca. A autonomia neoliberal consiste na liberdade de cada cientista procurar financiamento para as pes- quisas que deseja realizar em qualquer fonte, pública ou privada, tendo em vista apenas seu auto-inte- resse (intelectual e/ou econômico). Na segunda parte do ensaio, utilizamos o arcabouço conceitual e his- tórico proporcionado por essas distinções para discutir a questão: que forma de autonomia deve ser reivindicada pela ciência nos dias de hoje? O procedimento consiste em determinar, para cada uma das três formas, o que deve ser mantido e o que deve ser abandonado. A conclusão a que se chega é a de que a autonomia neoliberal deve ser descartada, a vannevariana restringida, e a galileana preservada. Palavras-chave ● Autonomia da ciência. Galileu. Serendipidad
CITATION STYLE
Oliveira, M. B. de. (2011). Formas de autonomia da ciência. Scientiae Studia, 9(3), 527–561. https://doi.org/10.1590/s1678-31662011000300005
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.