A Percepção Ambiental é um instrumento metodológico que possibilita o entendimento sobre o conhecimento popular e pode contribuir par a criação ou reajuste de estratégias que visem ao manejo e à conservação de áreas protegidas. O presente estudo envolveu a perspectiva dos moradores residentes no entorno de uma Unidade de Conservação em relação aos anfíbios anuros (sapo, rã e perereca), na tentativa de delinear um perfil do entendimento sobre crenças e juízos que as pessoas fazem destes animais. Entrevistas semiestruturadas com 18 moradores foram conduzidas em junho de 2016 em três comunidades no entorno da Reserva Biológica Augusto Ruschi, zona rural do município de Santa Teresa, Estado do Espírito Santo. Foi possível perceber que grande parte dos entrevistados possui conhecimentos sobre as diferenças morfológicas existentes entre os anfíbios anuros e sua ecologia. Sobre o sentimento dos entrevistados em relação aos sapos, pererecas e rãs, 22% gostam desses animais, 40% são indiferentes. Sobre atitudes e reações, 77% nunca mataram esses animais. Isto nos leva a acreditar que os participantes lidam bem com esses animais, principalmente por conviverem e entenderem sua importância no meio ambiente. O histórico de educação familiar influencia a manutenção dos preconceitos, distanciamento e atitudes negativas em relação aos anfibios anuros. Explorar o conhecimento popular e a forma como as pessoas interagem com o meio ambiente pode ser uma ferramenta para aliar a demanda ambiental e o desenvolvimento de estratégias à conservação da biodiversidade.
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Lirio Ferreira, F. C., & Barbosa Ferreira, R. (2019). QUAL A PERCEPÇÃO DOS MORADORES DO ENTORNO DA RESERVA BIOLÓGICA AUGUSTO RUSCHI (ESPÍRITO SANTO, BRASIL) SOBRE OS ANFÍBIOS ANUROS? Ethnoscientia, 4(1). https://doi.org/10.22276/ethnoscientia.v4i1.208
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