Os Arenitos Lapa e Vila Velha (Grupo Itararé) afloram na borda leste da bacia do Paraná, em uma área aproximada de 7.500 km2 . Os Arenitos Lapa possuem morfologia linear por uma extensão de 100 km, largura média de 800 m e estão encaixados em diamictitos, ritmitos e folhelhos da Fm Lagoa Azul. São interpretados como preenchimento de canal. Os Arenitos Vila Velha ocorrem sob a forma de platõs suborizontalizados sobrepostos à folhelhos da Fm Lagoa Azul e são interpretados como lobos subaquosos rasos. Medidas de paleocorrentes indicam transporte sedimentar de sul para norte, coincidente com a direção geral da movimentação de geleiras na área. Foram caracterizadas dez fácies sedimentares, sendo quatro compostas por arenitos, três por conglomerados e três por folhelhos e diamictitos. Os arenitos e conglomerados, objetivo principal deste trabalho, são interpretados como produtos de fluxos gravitacionais de alta a altíssima densidade, emanados da base de geleiras. Entretanto, há evidências de influência de correntes hidrodinâmicas, sugerindo ambiente deposicional raso, onde mecanismos de transporte e processos sedimentares associados a'fluxos gravitacionais e hidrodinâmicos se alternavam. Como resultado, foi empilhado um pacote areno-conglomerático complexo e ainda pouco entendido. A escavação do canal ocorreu num trato de mar baixo, provavelmente como um vale inciso durante rebaixamento do nível do mar, originando um limite de seqüências na Fm. Lagoa Azul. A deposição dos lobos e o preenchimento do canal representam o trato de mar baixo e transgressivo, respectivamente. Levantamentos sísmicos, além de dados de poços para petróleo, constataram a presença de canais no mesmo horizonte estratigráfico, em profundidades que atingem até. 3.000m. Em um deles houve produção subcomercial de gás e condensado em testes de formação. Palavras-chave:
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FRANÇA, A. B., WINTER, W. R., & ASSINE, M. L. (1996). ARENITOS LAPA-VILA VELHA: UM MODELO DE TRATO DE SISTEMAS SUBAQUOSOS CANAL-LOBOS SOB INFLUÊNCIA GLACIAL, GRUPO ITARARÉ (C-P), BACIA DO PARANÁ. Revista Brasileira de Geociências, 26(1), 43–56. https://doi.org/10.25249/0375-7536.19964356
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