O varejo farmacêutico é um segmento do comércio que merece atenção, uma vez que a destinação inadequada de resíduos de medicamentos pela população em nível domiciliar gera um significativo passivo ambiental. Os medicamentos vencidos ou não utilizáveis são enquadrados como resíduos de serviços de saúde. A legislação é direcionada somente para os estabelecimentos de saúde, e não trata do descarte de resíduos ou medicamentos pela população em geral. Pela logística reversa, este tipo de resíduo é restituído ao setor empresarial para destinação final ambientalmente adequada. Este estudo objetivou descrever a estrutura para logística reversa disponibilizada ao público consumidor em drogarias. Foram pesquisadas quatro drogarias localizadas na região central da Capital de São Paulo, cada uma pertencente a grandes redes de varejo farmacêutico do Brasil. As drogarias foram investigadas nas esferas operacional, econômica, institucional e educacional. Verificou-se que a logística reversa de medicamentos é praticada por três das quatro grandes redes de varejo farmacêutico incluídas neste estudo. Essa prática é parcial, pois nem sempre atinge a totalidades das drogarias das redes. Existe uma carência de disponibilização de equipamentos para o descarte específico destes resíduos e de informações de educação ambiental para a população. Há um desconhecimento das informações relativas à logística reversa e ao cuidado com a destinação final dos medicamentos não utilizados e vencidos inclusive pelos funcionários das drogarias. No momento da venda dos medicamentos as orientações sobre o descarte destes não são contempladas. Há campanhas pontuais de educação ambiental da população. Este estudo demonstra que a participação dos laboratórios farmacêuticos e órgãos públicos na prática de logística reversa de medicamentos é tímida e possibilitou uma reflexão sobre as potencialidades do varejo farmacêutico em ações pós-consumo, como contribuição para a educação ambiental da população e para a preservação ambiental.
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Henkes, J. A., & Aurélio, C. J. (2015). GESTÃO DE RESÍDUOS ATRAVÉS DA LOGÍSTICA REVERSA DE MEDICAMENTOS. Revista Gestão & Sustentabilidade Ambiental, 4(1), 487. https://doi.org/10.19177/rgsa.v4e12015487-518
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