RESUMO: Neste texto centramo-nos na realidade de Portugal, um dos atores centrais do infame comércio transatlântico de sujeitos escravizados e dos processos coloniais que definiram o mundo moderno. A partir da realidade portuguesa, sinalizamos a urgência de convocar a história colonial e seus legados de modo a confrontar as narrativas eurocêntricas que insistem em pensar a Europa a partir de visões benignas que a retratam ingenuamente como a casa dos direitos humanos e da democracia. A partir desta análise, avaliamos o potencial impacto, em Portugal, dos pressupostos que dão corpo à Década Internacional de Afrodescendentes para confrontar e denunciar um sistema educativo que, até hoje, tem no silenciamento das questões étnico-raciais o dispositivo central de reprodução das desigualdades raciais que marcam a sociedade como um todo.ABSTRACT: In this article we focus on Portugal, one of the central actors of the infamous transatlantic slave trade and of the colonial processes that defined the modern world. From the Portuguese reality, we signal the urgency of summoning colonial history and its legacies to confront the Eurocentric narratives that insist on thinking of Europe through benevolent visions that portray it, naively, as the homeland of human rights and democracy. Based on this analysis, we assess the potential impact in Portugal of the action plan brought about by the International Decade of Afro-descendants. Particularly, we confront and denounce an educational system that, until this day, actively produces the silencing of racial issues leading to the reproduction of the racial inequalities that mark Portuguese society as a whole.
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MARTINS, B. S., & MOURA, A. (2018). PORTUGAL E DÉCADA INTERNACIONAL DE AFRODESCENDENTES: A EDUCAÇÂO E OS TEMPOS DA VIOLÊNCIA COLONIAL. Educação Em Revista, 34(0). https://doi.org/10.1590/0102-4698192750
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