O processo de modernização da agricultura intensificou a homogeneização dos padrões de produção em detrimento às características locais dos agricultores tradicionais. Isso levou a uma desagregação de valores simbólicos de reprodução social e cultural baseados no vínculo com a terra. A lógica tradicional de produção considerava que a função da terra era suprir as necessidades básicas de subsistência, em articulação com um excedente comercializável. Para o Estado, comprometido com o avanço do sistema capitalista, esses camponeses não possuíam relevância do ponto de vista econômico e necessitavam do incremento de novas técnicas para se inserirem no circuito mercantil, com o aumento da renda na unidade de produção e o consequente endividamento. Assim, ocorreram conflitos de representações entre duas lógicas distintas, que acarretaram graves consequências para o campesinato brasileiro. Nesse contexto, a agroecologia se apresenta como uma perspectiva teórica e uma estratégia alternativa de resistência do campesinato para continuar produzindo e vivendo no campo.
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Borges, J. L., & Sguarezi, S. B. (2011). Política de desenvolvimento, produção camponesa e os desafios da agroecologia - DOI 10.5216/ag.v4i12.12784. Ateliê Geográfico, 4(4), 122. https://doi.org/10.5216/ag.v4i12.12784
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