Objectivos: A disfunção tiroideia subclínica é um problema prevalente. No entanto, existe, ainda, controvérsia quanto à sua abordagem. É objectivo da presente revisão sistematizar essa abordagem com base na evidência científica actual. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa de artigos publicados nas bases de dados Medline/Pubmed, Cochrane Library, Medsca- pe, entre 1998 e 2008. Dos 226 artigos encontrados, atendendo ao interesse clínico e tipo de estudo, foram seleccionados 15. Resultados: A disfunção tiroideia subclínica inclui o hipotiroidismo subclínico e o hipertiroidismo subclínico.A progressão para hipotiroidismo clínico ocorre em 2% a 5% por ano, sendo mais provável com valores de Hormona Estimulante da Tiróide (TSH) elevados e presença de anticorpos anti-peroxidase. É recomendado iniciar tratamento com levotiroxina quando o nível de TSH é superior a 10 mU/l. Quando o nível de TSH se encontra entre 4,5 a 10 mU/l devem tratar-se os doentes sintomáticos e as grávidas. A progressão para hipertiroidismo clínico pode chegar aos 5 % por ano, sendo o risco de progressão maior se existir doença tiroideia prévia ou consumo de amiodarona. Os casos confirmados de hipertiroidismo subclínico devem ser referencia- dos a um serviço de Endocrinologia, para se efectuar o diagnóstico etiológico e optimização da terapêutica.A monitorização do doente deve ter uma periodicidade adaptada à fase do tratamento. Conclusão: Não há evidência clara das consequências clínicas da disfunção tiroideia subclínica não tratada e dos benefícios do seu tratamento.Até que estudos de larga escala estejam disponíveis, a melhor abordagem consiste no julgamento clínico, ten- do em conta a sintomatologia, os níveis séricos de TSH e a preferência do doente.
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Guerreiro, N. (2009). Abordagem da disfunção tiroideia subclínica. Revista Portuguesa de Clínica Geral, 25(2), 177–182. https://doi.org/10.32385/rpmgf.v25i2.10604
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