Neste artigo examina-se em que medida o gênero é uma mercadoria no regime de criação de valor do call center português; e como os produtos de trabalho com base no gênero estão incorporados tanto nos idiomas locais históricos quanto nas tendências neoliberais associadas às recentes reestruturações de classe e emprego da economia europeia (precariedade). Apesar da existência de alguns estudos acadêmicos formais e vários ensaios ativistas em periódicos baseados na web focando na natureza de gênero do trabalho precário, a análise empírica e a articulação teórica dos regimes trabalhistas imateriais de criação de valor, precariedade e relações de gênero permanecem subdesenvolvidas. Essa omissão na literatura disponível avaliou bastante a aceitação implícita da imaterialidade e da precariedade como esferas neutras em termos de gênero, uma suposição que, como mostro neste artigo, pode levar a falhas na compreensão de especificidades contextuais na constituição de subjetividades e desigualdades neoliberais de gênero.
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Matos, P. A. de. (2014). Gender commodification and precarity in Portuguese call centres: the (re)production of inequality. Etnografica, (vol. 18 (1)), 5–32. https://doi.org/10.4000/etnografica.3319
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