O artigo debate o modo como o conceito “processo de trabalho”, em sua acepção marxista, é apropriado pelo campo da Saúde do Trabalhador no tocante à análise dos determinantes que condicionam a produção de saúde e/ou de adoecimento laborais. Inicialmente, são apresentadas transformações conceituais e políticas que perpassaram a Medicina do Trabalho, a Saúde Ocupacional e, por fim, a Saúde do Trabalhador. É observado o modo como cada uma dessas correntes teórico-práticas define a relação entre saúde, trabalho e adoecimento, bem como são elencadas as formas de intervenção correlatas. No que tange à Saúde do Trabalhador, destaca-se a necessidade deste campo produzir conhecimento assentado numa base histórico-crítica que permita uma compreensão dialética acerca dos contextos de trabalho. Definese “processo de trabalho” a partir de Marx, considerando suas três dimensões elementares, quais sejam: objeto, instrumento e trabalho. Observa-se, ainda, a maneira como o controle exercido sobre a força de trabalho organizou-se na manufatura e na maquinaria. Tomando tais noções como suporte, demonstrase como cada uma das dimensões mencionadas pode repercutir para a saúde dos trabalhadores. São apresentados, ainda, modelos de investigação que se estruturam fundamentados no conceito “processo de trabalho”.
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Sousa, C. F. M. de, Pinheiro, F. P. H. A., & Aquino, C. A. B. de. (2017). O CAMPO DA SAÚDE DO TRABALHADOR E O CONCEITO “PROCESSO DE TRABALHO” EM MARX. Revista Labor, 1(10), 50. https://doi.org/10.29148/labor.v1i10.6682