Este artigo apresenta uma reflexão teórica sobre a abordagem contemplativa no ensino superior. Partindo‑se de tradições filosóficas milenares para a educação e transformação da pessoa, avança‑se para uma reflexão em torno do impacto positivo da emergência da ciência na modernidade e, simultaneamente, do efeito de obscurecimento de vias de conhecimento bastante valorizadas até então, sendo o caso das práticas contemplativas. Chama‑se a atenção para a inquestionável necessidade de abertura a um novo horizonte paradigmático na concetualização do humano, que está a fazer emergir com grande vigor a designada viragem contemplativa, agora com o apoio sólido da própria ciência. Desenvolve‑se a ideia de que a pedagogia contemplativa não pode ser dispensada no ensino superior, ao ter‑se em consideração a essência dos conceitos de educação e de universitas que necessariamente abrangem a formação de pessoas mais esclarecidas e preparadas tecnicamente, mas também seres humanos mais equilibrados, justos, mais conhecedores de si próprios e completos. Propõe‑se, por conseguinte, que as abordagens contemplativas permitirão superar o estado de consciência objetificada dominante, promovendo o conhecimento genuinamente relacional. Apresenta‑se, de seguida, um breve apontamento do movimento da educação contemplativa e sintetizam‑se os principais resultados da sua aplicação no ensino superior.
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Oliveira, A. L., & Antunes, B. M. G. (2015). A Pedagogia Contemplativa no Ensino Superior: Para uma Abordagem Completa ao que o Ser Humano Convoca. Revista Portuguesa de Pedagogia, 43–60. https://doi.org/10.14195/1647-8614_48-2_3
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