As manifestações culturais marginais do século XX foram capturadas e transformadas em mercadoria. A aceleração do tempo de giro do consumo e a superação das barreiras espaciais fizeram com que a produção de imagens e sistemas de signos se tornasse a “mercadoria” ideal para a acumulação do capital, seja ela conformista ou “subversiva”. Na atual conjuntura, qualquer “novidade” já surge obsoleta, como resultado de uma corrida frenética e infrutífera contra um mercado inelutável que transforma tudo em mercadoria. Mesmo atitudes, experiências ou ações artísticas ditas “marginais” são anuladas rapidamente por meio da corporificação e mercantilização da obra e do artista, ou esvaziadas por meio de sua espetacularização. Qual seria o sentido do termo “arte revolucionária” num sistema em que o marketing se confunde com a arte? Como adotar uma posição revolucionária nesse sistema que tudo devora, digere e regurgita em proveito próprio?
CITATION STYLE
Longo Bahia, D. (2020). Por uma arte revolucionária independente. Aurora. Revista de Arte, Mídia e Política, 13(38), 94–108. https://doi.org/10.23925/1982-6672.2020v13i38p94-108
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.