Resumo Objetivo: compreender a situação de trabalho das quebradeiras de coco babaçu à luz dos parâmetros da Análise Ergonômica do Trabalho (AET). Métodos: estudo observacional descritivo com mulheres quebradeiras de coco babaçu no município de Itapecuru-Mirim/MA, no período de setembro a novembro de 2014. Os dados foram coletados a partir de observações de campo, registros de imagens (fotos e vídeos), questionários e entrevistas com informantes-chave. Os instrumentos OWAS e RULA foram utilizados na AET. Resultados: riscos biomecânicos foram evidenciados na coleta, no transporte e na quebra dos cocos. Sintomas osteomusculares foram relatados por 93,5% das 275 participantes. Dores na coluna (58,4%), na região lombar (57%), no ombro direito (31,5%) e nos membros inferiores (30,1%) foram as mais referidas. As quebradeiras acreditam que tais sintomas estejam relacionados ao seu trabalho, mas a autonomia de poder decidir sobre a rotina de trabalho e a boa integração com seus pares foram identificados como elementos capazes de aliviar os efeitos da carga laboral, estimulando a satisfação pessoal e contribuindo para a continuidade dessa atividade secular. Conclusão: os resultados das avaliações das condições de saúde e trabalho, ratificados pelos relatos das informantes-chave, indicam a necessidade de mudança na atividade de quebra tradicional do coco babaçu.Abstract Objective: to understand the work situation of babassu coconut openers through Ergonomic Work Analysis (EWA) parameters. Methods: descriptive observational study involving female babassu coconut openers in the city of Itapecuru-Mirim/MA, Brazil, from September to November 2014, using field observations, records of images (photos and videos), questionnaires and key informants interviews. OWAS and RULA instruments were used in the EWA. Results: biomechanical risks were evidenced in the coconuts collecting, transporting and opening. Musculoskeletal symptoms were reported by 93.5% of the 275 participants. Backache (58.4%), lower back pain (57%), right shoulder pain (31.5%) and lower limb pain (30.1%) were the mostly reported injuries. The openers believe that such symptoms are related to their work, but the autonomy to decide on their own work routine and the good integration with their peers were identified as elements that can mitigate the effects of work load, stimulate personal satisfaction and contribute to the continuity of this secular activity. Conclusion: the evaluations on health and work conditions, ratified by the key informants reports, indicate the need for change in the traditional babassu coconut opening.
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Vale, S. R. G. A., Bonfatti, R. J., Souza, A. G., & Teixeira, L. R. (2018). Análise ergonômica da atividade de quebra tradicional do coco babaçu no município de Itapecuru-Mirim/MA. Revista Brasileira de Saúde Ocupacional, 43(0). https://doi.org/10.1590/2317-6369000002416
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