RESUMO O artigo problematiza a relação da Volkswagen com a ditadura civil-militar brasileira inaugurada com o golpe de 1964. Analisamos em particular a colaboração da montadora de origem alemã com o aparato repressivo do regime, que contou com o fornecimento de informações sobre os trabalhadores da empresa para os órgãos de vigilância e controle do Estado. Utilizamos fontes da empresa, documentos da repressão sediados em arquivos públicos e materiais produzidos pelos trabalhadores e sindicatos, além de depoimentos e dos relatórios das comissões da verdade. O trabalho se insere nos marcos da discussão sobre a relação do empresariado com a ditadura brasileira, indicando as estreitas imbricação e inserção das grandes empresas junto ao aparelho de Estado no período, o que incluía muitas vezes colaboração com a repressão.ABSTRACT The article questions the relationship of Volkswagen and the Brazilian civil-military regime formed after the 1964 coup. We analyze, in particular, the German automaker’s collaboration with the regime’s repressive apparatus since state surveillance and control agencies were provided with information about the company’s workers. We use company sources, documents from security agencies held in public archives, and materials produced by workers and unions, as well as testimonies and reports from truth commissions. The study is part of the discussion of the relationship between the business community and the Brazilian dictatorship, indicating the close intersection between large companies and the state apparatus in the period and indeed their insertion in this, which often included collaboration with the State’s repressive methods.
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Silva, M. A. de C., Campos, P. H. P., & Costa, A. (2022). A Volkswagen e a ditadura: a colaboração da montadora alemã com a repressão aos trabalhadores durante o regime civil-militar brasileiro. Revista Brasileira de História, 42(89), 141–164. https://doi.org/10.1590/1806-93472022v42n89-08
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