Este artigo propõe uma abordagem semiótica aos memes de Internet, um domínio discursivo que, embora represente uma importante e crescente forma de letramento, tem sido largamente ignorado pela Semiótica. Desde o início dos anos 2000, a expressão ‘meme de Internet’ tem se referido a uma ampla variedade de conteúdos de mídia em circulação na Internet, como bordões, imagens com legendas e os chamados vídeos ‘virais’. Memes de Internet são “propagáveis” – são eficazes, desmontáveis, personalizáveis e replicáveis. De uma perspectiva semiótica, eles são tipos diferentes de textos que circulam graças à disseminação hipertextual: notadamente, por um processo de transformação (samples, remixes) e imitação (remakes). Sua sintaxe exibe estruturas que espelham as diferentes operações de manipulação (bricolagem) de seus criadores e isso serve como um gancho para a agência dos usuários, convidando-os, por sua vez, a espalhar, modificar ou recriar o texto. No nível semântico, apesar da variedade de temas e figuras que carregam, todos possuem um elemento marcante (punctum), geralmente lúdico (uma incongruência, um ‘erro’), que serve como gancho para o engajamento dos usuários.
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Marino, G., & Lima, C. A. R. (2018). Semiótica da propagabilidade: Uma abordagem sistemática de memes e virais de Internet. Ícone, 16(1), 9. https://doi.org/10.34176/icone.v16i1.237495
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