Neste artigo tomo como ponto de partida a possibilidade de pensar os "patrimônios culturais" em termos etnográficos, analisando-os enquanto "fatos sociais totais", seguindo a rica noção elaborada por Marcel Mauss. A proposta é explorar o potencial descritivo e analítico da categoria patrimônio, apontando as suas múltiplas dimensões sociais e simbólicas, e discutindo os contornos semânticos que ela pode assumir no contexto da modernidade. Esse procedimento permite iluminar alguns dos seus aspectos definidores, expressos pelas categorias "ressonância", "materialidade" e "subjetividade", trazendo possivelmente uma contribuição para os debates teóricos e políticos sobre os usos do conceito antropológico de cultura.In this article I take as a starting point the very possibility of thinking the so called cultural heritages in ethnographic terms, analyzing them as a "fait social total", following this rich concept elaborated by Marcel Mauss. I propose to explore the descriptive and analytical power of the category "patrimony" (heritage), showing its multiple social and symbolic dimensions, and discussing its modern semantic features. By means of this procedure I hope to focus on some of its defining aspects which are expressed by such categories as "resonance", "materiality", and "subjectivity", thus possibly bringing a possible contribution to the theoretical and political debates about the uses of the anthropological concept of culture.
CITATION STYLE
Gonçalves, J. R. S. (2005). Ressonância, materialidade e subjetividade: as culturas como patrimônios. Horizontes Antropológicos, 11(23), 15–36. https://doi.org/10.1590/s0104-71832005000100002
Mendeley helps you to discover research relevant for your work.