Confl itos pesqueiros têm sido observados na região do Guaporé entre pescadores e órgãos gestores quanto ao período ofi cial de defeso reprodutivo. Os pescadores afi rmam que o defeso não corresponde à época de re- produção das principais espécies comercializadas, o que pode estar prejudicando os estoques locais de peixes. Este trabalho comparou o conhecimento ecológico tradicional (CET) com informações obtidas em pescarias experimentais e informação obtida da literatura científi ca sobre os períodos de reprodução das principais ca- tegorias de pescado desembarcadas naquela região. Das 28 categorias de pescado analisadas, 14 (50%) foram capturadas na pesca experimental e puderam ser avaliadas. O conhecimento ecológico tradicional confi rmou a informação experimental para 10 categorias de pescado (72%). Os resultados sugerem a necessidade de ajustes no período ofi cial de defeso para as categorias: caparari (Pseudoplatystoma tigrinun), surubim (P. fasciatum), tambaqui (Colossoma macropomum), pescada (Plagioscion spp) e tucunaré (Cichla spp). A discussão aborda a possível inadequação do período de defeso estabelecido com bases em informações geradas em diferentes bacias e aplicados para grandes áreas da Amazônia brasileira. Este estudo confi rma o refi nado conhecimento do pescador sobre a biologia das espécies que ele explora e sugere que este CET pode ser utilizado para ajustar políticas de gestão pesqueira regionalmente.
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Doria, C. R. da C., Araújo, T. R. de, Souza, S. T. B. de, & Torrente-Vilara, G. (2008). Contribuição da etnoictiologia à análise da legislação pesqueira referente ao defeso de espécies de peixes de interesse comercial no oeste da Amazônia Brasileira, rio Guaporé, Rondônia, Brazil. Biotemas, 21(2). https://doi.org/10.5007/2175-7925.2008v21n2p119
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