A partir de certa reação negativa suscitada pela publicação de uma etnografia sobre brigas de família no sertão do Pajeú (Pernambuco), propõe-se uma abordagem da reflexividade de um trabalho antropológico, inspirada teoricamente em uma historicização do lugar do trabalho de cam- po e da etnografia na disciplina e empiricamente através de uma visão re- trospectiva das condições específicas de realização dessa pesquisa. O mesmo caso produziu também efeitos de ordem pragmática, operando deslocamen- tos inesperados na relação entre pesquisadores e pesquisados, perceptíveis, por exemplo, no idioma utilizado nas trocas agonísticas de acusação e defe- sa, e que proporcionaram novas perspectivas com respeito às condições de sociabilidade que se diz descrever. PALAVRAS-CHAVE:
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Marques, A. C., & Villela, J. M. (2005). O que se diz, o que se escreve: etnografia e trabalho de campo no sertão de Pernambuco. Revista de Antropologia, 48(1). https://doi.org/10.1590/s0034-77012005000100002
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