O objetivo do artigo é discutir o processo psicossocial em curso no momento em que se instala a nova tecnologia genômica, processo que cria uma ruptura ontológica na cultura ocidental -- à semelhança de outras rupturas, como a passagem do nomadismo caçador-coletor ao sedentarismo da agricultura --, identificada como dissolução do conceito de natureza e o horror ontológico que este fato implica. Tal dissolução será concretizada pela banalização "feliz" do consumo em larga escala dos bens genômicos, um comportamento de consumo, na realidade um desdobramento da aposta iluminista na emancipação humana que se artificializa definitivamente na matéria viva, normatizando-a dentro da categoria de insumo.
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PONDÉ, L. F. (2000). Cultura genética: vertigem ontológica e dissolução do conceito de “natureza.” São Paulo Em Perspectiva, 14(3), 68–77. https://doi.org/10.1590/s0102-88392000000300012
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