Resumo A lógica da produção e de descarte de resíduos sólidos é expressão das mais perversas e paradoxais da desigual distribuição de poder no capitalismo. Estigmatiza com a ideia de “atraso”, de “indesejáveis”, indivíduos e lugares “descartáveis”, que recebem os resíduos e os riscos a eles associados que a sociedade de consumo produz. Ancorado em pesquisa documental e bibliográfica e em entrevistas abertas com moradores e ativistas envolvidos na luta pela retirada do Lixão de Marituba, como é conhecido o irregular e polêmico aterro da Região Metropolitana de Belém, este artigo focaliza e discute o caso – emblemático como cena colonial na contemporânea Amazônia urbana – a partir dos marcos da ecologia política e das noções de justiça ambiental, colonialidades, racismo e necropoder.Abstract The rationale of production and disposal of solid waste is among the most destructive and controversial consequences of disproportionate power-division in capitalism. It is associated with “underdevelopment”, “unwanted”, “disposable” individuals and places that receive the waste and its associated risks brought by the consumer society. Based on documentary and bibliographic evidence as well as unstructured interviews with citizens and militants involved in disputes for the discontinuation of the ‘Marituba Landfill’ (as this irregular and contentious Belém Metropolitan Area landfills has been known), this article focus and discuss this case, representative as a colonial scenery in contemporary urban Amazon, from the political ecology perspective and the notions of environmental justice perspective, coloniality, racism, and necropower.
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Steinbrenner, R. M. A., Brito, R. de S., & Castro, E. R. de. (2020). Lixo, racismo e injustiça ambiental na Região Metropolitana de Belém. Cadernos Metrópole, 22(49), 935–961. https://doi.org/10.1590/2236-9996.2020-4912
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