As questões de gênero e sexualidade oscilam, há alguns anos, entre propostas explícitas de abordagem na escola, como foi o caso do tema transversal Orientação Sexual no interior dos Parâmetros Curriculares Nacionais, e sua negação, como recentemente foi a polêmica sob o rótulo de “ideologia de gênero”, quando muitos municípios e estados retiraram de seus planos de educação a menção a gênero e sexualidade. Há claramente uma disputa política no interior da sociedade brasileira entre grupos que não desejam sua abordagem pela escola e outros que defendem com ardor que esses temas sejam ensinados de modo explícito. A partir da etnografia de cenas escolares, o texto evidencia que as salas de aula são locais altamente generificados, atravessados por questões de sexualidade e que a abordagem desses temas atende tanto à alfabetização científica quanto a numerosos outros propósitos em educação, que dizem respeito à preparação para a vida no espaço público de corte republicano.
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Seffner, F., & Picchetti, Y. D. P. (2016). A QUEM TUDO QUER SABER, NADA SE LHE DIZ: UMA EDUCAÇÃO SEM GÊNERO E SEM SEXUALIDADE É DESEJÁVEL? Reflexão e Ação, 24(1), 61. https://doi.org/10.17058/rea.v24i1.6986
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