Na condição de diretor da UnATI/UERJ e editor da RBGG, no primeiro número de cada ano costumo escrever o editorial da revista, que expressa, mais do que uma opinião, a tendência que depreendemos que irá se consolidar na organização dos modelos assistenciais para o idoso. Na maioria das vezes, recebo comentários elogiosos, mas quase sempre vem um comentário secundário-"o que você escreve é tão óbvio que talvez por isso seja tão difícil efetivar essas ideias". Tendo a concordar com esta apreciação, e por entender que as mudanças, a cada ano que passa, são cada vez mais necessárias, estou novamente apresentando uma reflexão para o público acadêmico e formador de opinião que acompanha a Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, pois ainda precisamos de mais uma dose do remédio, que, espero, leve à cura do nosso modelo assistencial. Sabemos que quanto mais o profissional de saúde conhece o histórico do seu paciente, melhores serão os resultados. Um jeito diferente e inovador de cuidar da saúde e proporcionar qualidade de vida aos usuários, seja no Sistema Único de Saúde ou no setor privado, envolve a utilização de pessoal qualificado e bem preparado. É assim que devem funcionar os modelos contemporâneos e resolutivos de cuidado-que, aliás, são recomendados pelos mais importantes organismos nacionais e internacionais de saúde. O envelhecimento da população gera novas demandas para os sistemas de saúde. Pessoas mais velhas têm necessidades específicas, advindas das características clínico-funcionais e sócio-familiares peculiares a esse grupo etário. Os problemas de saúde dos idosos-maiores vítimas dos efeitos de sua própria fragilidade-desafiam os modelos tradicionais de cuidado. Os avanços da tecnologia, da ciência e da medicina oferecem àqueles que utilizam as modernas ferramentas para a manutenção da saúde a chance de desfrutar a vida por um tempo maior. Assim, as estratégias de prevenção ao longo de todo o curso da vida se tornam mais importantes para resolver os desafios de hoje e, de forma progressiva, os de amanhã. As transformações sociais e econômicas das últimas décadas, suas consequentes alterações nos estilos de vida das sociedades contemporâneas-mudança dos hábitos alimentares, aumento do sedentarismo e do estresse-e a crescente expectativa de vida da população colaboraram para a maior incidência das enfermidades crônicas, que hoje constituem um sério problema de saúde pública. Doenças cardiovasculares e respiratórias, câncer e diabetes são as maiores responsáveis pela mortalidade no mundo. No Brasil, nas últimas décadas, as doenças crônicas não transmissíveis tornaram-se as principais causas de óbito e incapacidade prematura. Não é possível atender a esse público de forma satisfatória ignorando que essa parcela da sociedade necessita de uma assistência diferenciada. Por isso é imperativo repensar o modelo atual. A urgente e imperiosa modificação no cuidado à saúde da pessoa idosa The urgent and imperative change in the health care of the elderly
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Veras, R. (2015). A urgente e imperiosa modificação no cuidado à saúde da pessoa idosa. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 18(1), 05–06. https://doi.org/10.1590/1809-9823.2015.0059
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