Em 1986, eu utilizei uma estratégia singela para o exercício da lógica da fenomenologia com alunos de graduação. So- licitei a eles que descrevessem como seria uma boa aula para estudantes de psicologia em uma universidade. A pergunta era pertinente diante das instabilidades pedagógicas da época, quando não se tolerava estruturas clássicas de aulas e nem se sabia como articular propostas liberalizantes. Cinco alunos e quatro alunas, entre 18 e 21 anos responderam ao exercício. Vinte anos depois, revendo o material recolhido, fiquei impressionado com a força expressiva dos depoimentos e a oportunidade de diferen- ciar alguns aspectos procedurais da análise fenomenológica: a distinção entre técnica e lógica. Neste texto, seguindo a fenome- nológica triádica de Husserl e de Merleau-Ponty, percorro os dois caminhos de análise, diferenciando procedimentos técnicos (etapas de organização do material) e lógicos (movimento reflexivo entre o dado da experiência e o ato da consciência). A minha conclusão é que a explanação de métodos e materiais não se restrinja aos procedimentos técnicos e organizadores da análise, mas ressalte a articulação entre a lógica da intencionalidade situada e da intencionalidade apropriável
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GOMES, W. B. (2007). Distinção entre procedimentos técnico e lógico na análise fenomenológica. PHENOMENOLOGICAL STUDIES - Revista Da Abordagem Gestáltica, 13(2), 228–240. https://doi.org/10.18065/rag.2007v13n2.6
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