Dada a importância que os comportamentos suicidários assumem nos adolescentes, torna-se pertinente a análise dos sentidos associados ao suicídio no campo particular da sua construção social. Várias investigações evidenciam que, o modo como as pessoas constróem explicações para os acontecimentos, não só se baseia nas crenças e experiências dos seus grupos de pertença, como determina comportamentos. Neste primeiro artigo, integrado numa investigação mais ampla sobre as representações sociais do suicídio em adolescentes, analisa-se o tipo de explicações queos jovens dão para este fenómeno, em função do sexo, idade, ano de escolaridade, região e ideação suicida.Participaram no estudo 822 adolescentes, entre os 15 e os 23 anos, estudantes dos 10.º, 11.º e 12.º anos de escolas secundárias de Évora, Guimarães, Lisboa e Santarém. Os resultados sugerem que estamos perante uma representação hegemónica das explicações do suicídio. Esta varia com o sexo, a idade e o ano de escolaridade, assim como com a região onde os jovens estudam e, também, com o facto de terem tido ou não ideação suicida. Tendo em conta a necessidade de responder adequadamente a tal diversidade, estes resultados assumem particular relevância no planeamento de estratégias preventivas.
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Sampaio, D., Oliveira, A., Vinagre, M. D. G., Gouveia-Pereira, M., Santos, N., & Ordaz, O. (2012). Representações sociais do suicídio em estudantes do ensino secundário. Análise Psicológica, 18(2), 139–155. https://doi.org/10.14417/ap.410
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