Digerindo a Química Biologicamente: A Ressignificação de Conteúdos a Partir de Um Jogo

  • Leite L
  • Rotta J
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Abstract

Os temas alimentação, digestão e nutrição integram o cotidiano ao ambiente escolar, mas quando abordados com uma pedagogia centrada na transmissão de conceitos e que desconsidera os aspectos químicos, podem contribuir para um ensino fragmentado, descontextualizado e desmotivador. Os objetivos dessa pesquisa foram conhecer se alunos do ensino médio relacionavam os conhecimentos sobre os temas alimentação, nutrição e digestão, aprendidos nas aulas de ciências, com situações cotidianas e se identificavam a presença da química nesses temas. Para tanto, utilizamos um questionário e um jogo. Os resultados indicaram a falta de conceituação científica dos estudantes sobre esses temas e a não identificação com clareza dos conteúdos de química presentes na temática. A utilização do jogo proporcionou aos alunos motivação para aprenderem sobre a temática, bem como possibilitou ressignificarem conceitos provenientes do conhecimento cotidiano, considerados cientificamente inadequados. contextualização, jogo didático, ensino de ciências Digerindo a Química Biologicamente: A Ressignificação de Conteúdos a Partir de Um Jogo A seção " Espaço aberto " visa abordar questões sobre Educação, de um modo geral, que sejam de interesse dos professores de Química. P esquisas educacionais relatam um crescente desin-teresse dos alunos pelo ensino de ciências, sendo considerados amplos e complexos os fatores en-volvidos nesse fenômeno da desmotivação educacional (Cachapuz; Praia; Jorge, 2004; Jenkins; Nelson 2005; Fonseca; Loguercio, 2013). De acordo com Fourez (2003), o ensino de ciências se tornou muito técnico e os alunos têm a sensação de serem obrigados a terem uma visão semelhante a dos cientistas sobre o mundo. O autor argumenta que a ciência aplicada ao cotidiano despertaria maior interesse nos alunos, pois os conduziria à compreensão da história do conhecimento científico e do desenvolvimento humano por meio do avanço da ciência. De acordo com essa percepção, olhar para o passado poderia nos fornecer informações sobre como aconteceram as mais relevantes descobertas e como o progresso do conhecimento permitiu à sociedade atual as tecnologias para o aprimoramento de todas as ciências humanas. Para Oliveira (2010) e Campos et al. (2002), a desmo-tivação educacional pode estar associada com um ensino de ciências distante da realidade dos alunos, baseado nos processos de transmissão-recepção dos conteúdos, que valorizam a memorização e apresentação das leis científi-cas como absolutas, sem discussões sistematizadas de suas aplicações. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (Brasil, 1998) indicam que a compreensão dos conteúdos abordados em sala de aula não pode ser limitada apenas à transmissão de conceitos, mas precisa considerar a metodologia utilizada para a abordagem prática, valorizando o contexto educa-cional do educando. Essa orientação visa a uma abordagem baseada nas tendências pedagógicas multidisciplinaridade e interdisciplinaridade (Brasil, 1998, p. 36): A compreensão dos fenômenos naturais articulados entre si e com a tecno-logia confere à área de ciências naturais uma perspectiva interdisciplinar, pois abrangem conhecimentos biológicos, físicos, químicos, sociais, culturais e tecnológicos. Os PCN (Brasil, 1998) também orientam os professores a desenvolverem em seus alunos uma postura investigativa frente à participação humana em cadeias alimentares pre-sentes em vários ambientes e sobre como são os diferentes processos pelos quais os seres vivos obtêm alimentos (Salay, 2005). Com base nesses documentos oficiais, as temáticas alimentação e nutrição podem ser trabalhadas no bloco saúde, focando as funções da nutrição e a sua relação com o tema alimentação. No terceiro ciclo dos PCN de Ciências Naturais para as Séries Finais do Ensino Fundamental, no

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Leite, L. M., & Rotta, J. C. G. (2016). Digerindo a Química Biologicamente: A Ressignificação de Conteúdos a Partir de Um Jogo. Química Nova Na Escola, 38(1). https://doi.org/10.5935/0104-8899.20160003

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