Em uma conjuntura nacional de aprofundamento da crise política e econômica no país, em que diversas medidas de cunho neoliberal vêm sendo implementadas, uma nova organização do ensino médio é propostanão só, ignorando os diversos problemas reais enfrentados cotidianamente pelas escolas brasileiras, mas também, evidenciando a lógica mercantilista com que a educação vem sendo conduzida ao longo dos anos no Brasil. Ressalta-se ainda, o contexto marcado por um cenário imbricado de interesses em disputa em que ela foi sendo formulada. Neste sentido, a reforma do ensino médio, aprovada através da Lei nº 13.415/2017, preconiza uma série de mudanças no mínimo, controversas, tendo como palavra de ordem a sugestiva e questionável flexibilização. Sendo assim, o presente artigo tem como objetivo central discutir acerca deste cenário de disputas em que a reforma do ensino médio se apresenta, destacando a importância da educação em uma perspectiva emancipatória para a formação do indivíduo. A partir das discussões apresentadas, fica evidente a perspectiva regressiva adotada na formulação do novo modelo de ensino médio, que ignora a importância do relevante papel que pode ser desempenhado por ele na transformação social e no desenvolvimento do pensamento crítico e reflexivo dos estudantes. Nesse contexto de retrocessos, faz-se imprescindível e urgente, portanto, que a sociedade como um todo se organize, assumindo o protagonismo na luta pela manutenção dos direitos conquistados e pelo controle dos rumos da educação dos jovens brasileiros, na busca constante por uma sociedade mais justa e menos desigual.
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Furtado, J. H. de L. (2020). A REFORMA DO ENSINO MÉDIO EM QUESTÃO: ENTRE FALÁCIAS E DESAFIOS. E-Mosaicos, 9(21), 23–33. https://doi.org/10.12957/e-mosaicos.2020.46344
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