Este artigo propõe um diálogo entre a estratégia como prática social e os estudos culturais, especificamente a articulação entre estilos e identidades, a partir da questão: como práticas de estilo moldam o strategizing de bandas musicais? Para tanto, foi realizada uma pesquisa de campo com 11 bandas musicais, orientada pelo método de múltiplos casos e por uma abordagem qualitativa. Os dados foram coletados com a aplicação da técnica de entrevistas com músicos e empresários, da pesquisa documental em websites e da análise de foto/imagem das bandas. Os resultados mostram que as bandas desenvolvem quatro práticas estratégicas centrais: (a) identidade sonora; (b) identidade estética; (c) coletivo de identidades e habilidades dos músicos (formação e composição da banda); e (d) identidade econômica (crescimento e popularização da banda). Essas práticas são conduzidas a partir de rotinas interativas, comportamentais/comunicacionais, procedimentos de aprendizagem e uso de instrumentos de gestão. É no fluxo dessas práticas que se constitui a estratégia artística da banda: um complexo de ações e instrumentos visando reconhecimento artístico e resultados comerciais no contexto cultural da época. A pesquisa mostra que a abordagem cultural do strategizing é um caminho promissor para conectar diferentes níveis de análise e temas de pesquisa ainda pouco presentes nos estudos da estratégia como prática social: práticas culturais de estilo e interações entre identidades individuais e coletivas em organizações e manifestações culturais.
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Ramos, M. V. O., & Borges, J. F. (2020). A Estratégia Como Prática em Diferentes Ritmos: um Estudo do Strategizing em Bandas Musicais. Revista Eletrônica de Ciência Administrativa, 19(1), 10–32. https://doi.org/10.21529/recadm.2020001
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