Recebido em 17/6/96; aceito em 23/1/97 PURE ENANTIOMERIC SUBSTANCES: THE QUESTION OF CHIRAL DRUGS. The thalido-mide disaster, in the 60 , s, is the most painful reminder of the importance of chirality for biological activity. After this episode, much attention has been devoted to study the correlations between toxicological and pharmacological properties and chirality. Actualy, to get a licence for a new chiral drug in EUA, European community and Japan, it is necessary to study the biological properties of each enatiomer independently. This article presents an overview about the importance of the chirality of organic compounds and its relationships with biological activity, asymmetric synthetic methodologies and market. A análise da literatura publicada nos últimos anos em revis-tas científicas de química orgânica, química farmacêutica, far-macologia e outras áreas afins, evidencia um crescente interes-se por substâncias enantiomericamente puras (SEP) 1. Esta ten-dência pode ser observada tanto na comunidade acadêmica quanto no setor químico industrial. Atualmente a maior de-manda por SEP provém principalmente da indústria farmacêu-tica, seguida pela indústria de defensivos agrícolas. Visto que estes segmentos industriais usam principalmente matérias-pri-mas de origem sintética, pode-se constatar, como resposta a esta demanda, um grande desenvolvimento de metodologias visando a preparação, em laboratório, de SEP. A origem desta demanda está intrinsecamente ligada ao número crescente de estudos relacionando propriedades biológicas com quiralidade molecular 2. Os principais aspectos acadêmicos e a importância econô-mica deste tema serão abordados neste artigo. QUIRALIDADE, ATIVIDADE ÓTICA, PUREZA ÓTICA E RESOLUÇÃO Dizemos que uma substância é oticamente ativa, quando a sua estrutura molecular tridimensional não é sobreponível a sua imagem especular. Assim, a quiralidade é uma propriedade molecular e está relacionada à ausência na molécula, de um eixo alternante de Simetria (Sn), que inclui um plano (σ = S 1) ou um centro (i = S 2) de simetria 3,4. Por exemplo, o ácido láctico possui em sua estrutura um cen-tro quiral, o átomo de carbono substituído por quatro grupos diferentes. Neste caso, dois arranjos tridimensionais são possíveis e guardam entre si a relação de imagens especulares (Figura 1). Assim, o ácido (D)-(R)-(-)-láctico (produzido pelo nosso organis-mo no metabolismo anaeróbico da D-glicose) e o (L)-(S)-(+)-láctico (não natural) são chamados de enantiômeros.
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Barreiro, E. J., Ferreira, Vitor. F., & Costa, P. R. R. (1997). Substâncias enantiomericamente puras (SEP): a questão dos fármacos quirais. Química Nova, 20(6), 647–656. https://doi.org/10.1590/s0100-40421997000600014
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