A criação dos supermercados e a disseminação do alimento industrializado foram fatores determinantes no processo de urbanização e industrialização do Brasil no que tange as problemáticas associadas à alimentação da população. Simultaneamente, vivenciamos o desaparecimento dos sistemas tradicionais de abastecimento e a substituição do consumo de alimentos in natura e socialmente referenciados por uma gama de produtos industrializados e prontos para consumo que vêm contribuindo com o intenso avanço de problemas crônicos de saúde e da degradação de práticas alimentares tradicionais. Pretende-se aqui refletir sobre a questão urbana e o sistema de varejo de alimentos e sua conexão com a atual transição alimentar. Ao analisar o pequeno varejo e as transformações associadas à disseminação dos supermercados, argumenta-se sobre a importância da construção de um novo sistema de abastecimento alimentar urbano assentado sobre a estrutura de equipamentos tradicionais de varejo, sobre produtos da agricultura camponesa e voltado ao atendimento dos requisitos necessários para a plena fruição do Direito Humano à Alimentação. Conclui-se que, para isso, é fundamental considerar-se diversas ações, sendo algumas delas a revitalização do sistema atacadista representado pelas Centrais de Abastecimento, o incentivo e apoio à implantação de empresas associativas, o desenvolvimento de programas de revitalização de mercados municipais e feiras livres.
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Gomes Júnior, N. N., Pinto, H. S., & Leda, L. C. (2016). Alimento e comida: sistema de abastecimento e consumo alimentar urbano. Guaju, 2(1), 61. https://doi.org/10.5380/guaju.v2i1.46560
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