Propõe-se uma reflexão sobre a inserção do futebol brasileiro nas dinâmicas globais nos anos recentes, suscitando pressões pela modernização de estádios sobretudo a partir da execução de eventos internacionais no Brasil – a Copa das Confederações (2013) e a Copa do Mundo (2014). Nesse sentido, observa-se a disseminação do imaginário relacionado ao “padrão Fifa” e ao “sonho na nova arena” como desejo de representação da grandeza dos principais clubes brasileiros. Como esse contexto, entretanto, relaciona-se aos interesses associados à preservação de estádios encarados como patrimônio cultural? Para executar essa análise, emerge o caso do Estádio do Pacaembu, em São Paulo, tombado em nível municipal e estadual, que vem sendo objeto de amplas discussões nas décadas recentes. O artigo pretende aprofundar a análise desses debates, investigando em que medida as intenções de concessão e modernização do estádio, baseadas no argumento da subutilização e dos altos custos de manutenção, incidem sobre o equipamento público, encarado como patrimônio cultural. Para tanto, o estudo se desenvolverá a partir de três aspectos: analisar o Pacaembu enquanto elemento de memória e identidade de grupos sociais; verificar em que medida o interesse de sua concessão é mobilizado de acordo com as dinâmicas dos estádios paulistas e aprofundar o entendimento sobre os debates recentes travados entre órgãos de preservação, administradores públicos, associações de bairro, entre outros agentes envolvidos.
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Lupo, B. M. (2017). Estádio do Pacaembu: do palco de emoções ao gigante sem dono. Revista CPC, (24), 107. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v0i24p107-133
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