O presente artigo é fruto de pesquisa que vem sendo realizada no âmbito de um projeto mais amplo, denominado “As infâncias e a cidade: investigando componentes territoriais de processos educativos de crianças na cidade de São Gonçalo” (TAVARES, 2010, 2016, 2018). Nesta interrogamos se componentes territoriais da cidade de São Gonçalo produzem impactos nos processos educativos de crianças das classes populares no município. A pesquisa vem complexificando relações que envolvem infâncias e o direito à cidade, pensando-os nos debates que vêm se intensificando nas Ciências Sociais, bem como no Campo Educacional, sobretudo nos estudos da Sociologia da Educação e Estudos Sociais da Infância, direcionando-se, de modo mais substantivo, à problemática das infâncias na cidade. Assim, ao investigarmos trajetórias urbanas e circuitos de educabilidade de crianças dos bairros delimitados na pesquisa, percebemos a existência de uma zona de indeterminação que atravessa o emaranhado da vida social, repercutindo nas práticas e nos circuitos da vida urbana mais ampla, não somente nos equipamentos escolares. Do ponto de vista do horizonte epistemológico, pensamos ser necessário aprofundar a concepção da pesquisa como uma experiência de conhecimento. Em nosso estudo, aprofundamos a concepção de que a cidade, mais do que um conceito, é um campo de práticas. Vale dizer, de práticas infantis de conhecimento, leituras, representação e apropriação do espaço urbano, o que implica elaborar um plano de investigação mais aberto, que ao produzir linhas de força múltiplas, continue a nos instigar a pensar de forma plural a questão das infâncias na cidade.
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Tavares, M. T. G. (2020). INFÂNCIAS E O DIREITO À CIDADE EM SÃO GONÇALO: INVESTIGANDO A PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇAS NA CIDADE. Práxis Educacional, 16(40), 164. https://doi.org/10.22481/praxisedu.v16i40.6895
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