Resumo Ampliado: A ação comunicativa extensiva, entendida por Simeão e Miranda (2003) como norteadora da comunicação em rede, caracteriza a implosão da realidade atual com as tecnologias interativas, marcadas também pela hipertextualidade e pela hipermidiação (MIRANDA e SIMEÃO, 2004). Na verdade, a comunicação extensiva é conseqüência de um longo processo, desde a cultura oral, quando " o tempo e o espaço se realizavam no momento da transmissão da mensagem " , como assinala Barreto (1998, p. 123). Dessa cultura oral, passou-se à escrita, marcada pela invenção da tipografia, que " confirmou e estendeu a nova tendência visual do conhecimento aplicado, dando origem ao primeiro bem de comércio uniformemente reproduzível, à primeira linha de montagem e à primeira produção em série " . (McLUHAN, 1977, p. 176). A escrita, como depreende-se do Julgamento de Thamus (POSTMAN, 1994), como as demais tecnologias, não é uma tecnologia neutra e seus usos são determinados, em grande parte, pela sua estrutura tecnológica em si – das funções que resultam de sua forma. A obra de McLuhan (1974) em análise é essencial para a compreensão da evolução e das conseqüências dos meios de comunicação quanto ao seu papel de registrar e compartilhar o conhecimento. Suas idéias vão ao encontro da função principal do Mundo 3 de Popper: exteriorizar o conhecimento de forma a torná-lo inteligível (apud MIRANDA, 2003). A primeira parte do livro trata, portanto, dos meios de comunicação como extensões do homem. O primeiro capítulo do livro de McLuhan (1974, p. 21-37) – O meio é a mensagem – aborda as conseqüências sociais e pessoais de qualquer meio, ou seja, de qualquer uma das extensões de nós mesmos, que constituem o resultado do impacto introduzido em nossas vidas por uma nova tecnologia. A principio, o " conteúdo " de qualquer meio ou veículo é sempre um outro meio ou veículo. Por sua vez, a " mensagem " de qualquer meio ou tecnologia é a mudança de escala, cadência ou padrão que esse meio ou tecnologia introduz nas coisas humanas (McLUHAN, 1974, p. 22). Ao dar o exemplo da luz elétrica, o autor afirma que " o meio é a mensagem " , explicando que é o meio que configura e controla a proporção e a forma das ações e associações humanas (idem, p. 23). Assim, a eletricidade viria a causar a maior das revoluções, ao liquidar a seqüência e tornar as coisas simultâneas, deslocando a atenção dos segmentos especializados para o campo total. Nesse contexto, McLuhan descreve a figura do " idiota tecnológico " , isto é, aquele indivíduo que não vê a mensagem a partir do meio. Segundo McLuhan (idem, p. 33)
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Tragtenberg, M. (1969). Os meios de comunicação como extensão do homem. Revista de Administração de Empresas, 9(3), 127–131. https://doi.org/10.1590/s0034-75901969000300009
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