Cada vez mais, o mercado mundial de alimentos é marcado por um processo de oligopolização, no qual grandes corporações transnacionais produzem e ofertam alimentos padronizados. No Brasil, a criação de Núcleos de Agroecologia e Produção Orgânica (NEAs), via políticas federais e interação com Instituições de Ensino Superior, representa experiências que habilitam a construção de sistemas agroalimentares alternativos, que reconhecem saberes dos agricultores familiares, fortalecem relações mais sustentáveis com o ambiente e contribuem com a segurança e soberania alimentar. São atualmente mais de 150 iniciativas. Considerando esse contexto, realizam-se análises com base em uma revisão teórica sobre a trajetória e as repercussões territoriais dos NEAs no Brasil, passando ao caso específico do Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Essa região, com histórica existência de produção agroecológica e orgânica, destaca-se pela dificuldade de comercialização in loco. Neste caso, investiga-se as repercussões territoriais da implementação do NEA Litoral Norte junto ao Campus da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em especial, a organização de um grupo de consumidores, para a estruturação de compra direta dos produtores. Além disso, as ações no Núcleo abrangem reuniões e diálogos com atores sociais e políticos que atuam nos temas políticas públicas, agricultura familiar e agroecologia. Os resultados apontam que as experiências que perpassam os NEAs têm a potencialidade de constituir circuitos curtos de comercialização, mais sustentáveis do ponto de vista ambiental, econômico e cultural, contribuindo assim para a promoção do desenvolvimento regional.
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Haas, J. M., Rambo, A. G., & Bolter, J. A. G. (2018). Os Núcleos de Estudo em Agroecologia e Produção Orgânica (NEA) enquanto mecanismos de desenvolvimento regional: algumas considerações. COLÓQUIO - Revista Do Desenvolvimento Regional, 16(2), 185–205. https://doi.org/10.26767/coloquio.v16i2.1222
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