OBJETIVOS: Investigar possíveis alterações oftalmológicas em pacientes que tiveram desnutrição grave durante os primeiros seis meses de vida. MÉTODOS: Foram analisados 182 olhos de 91 crianças entre 2 e 11 anos que tiveram desnutrição grave durante os primeiros seis meses de vida (grupo estudo). Como grupo controle foram incluídas 88 crianças, selecionadas aleatoriamente segundo características similares de idade, gênero, condições econômicas e demográficas. RESULTADOS: Observou-se, de forma significante, no grupo estudo, maior freqüência de crianças com acuidade visual de 0,3 a 0,1 e menor que 0,1 (11,5% versus 0,7% - p < 0,0001). Houve maior freqüência de astigmatismo e miopia no grupo estudo. Observou-se ainda, maior freqüência de astigmatismo de uma dioptria ou mais nesse grupo (p< 0,0001). As alterações fundoscópicas encontradas foram nervo óptico hipocorado (2,2%), aumento da escavação papilar (4,4%), aumento da tortuosidade vascular (6,6%), alteração da cor da retina (13,2%) e atrofia do epitélio pigmentar da retina (12,0%). CONCLUSÕES: Os dados dão suporte ao conceito de que a desnutrição precoce efetivamente interfere na saúde visual dos indivíduos. Estudos futuros são necessários para aprofundar o estabelecimento da relação causa-efeito mais precisa.
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Dantas, A. P., Brandt, C. T., & Leal, D. N. B. (2005). Manifestações oculares em pacientes que tiveram desnutrição nos primeiros seis meses de vida. Arquivos Brasileiros de Oftalmologia, 68(6), 753–756. https://doi.org/10.1590/s0004-27492005000600009
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