Os museus carregam uma herança colonialista colocada em cheque por modelos teóricos e metodológicos, sob a orientação das áreas sociais e humanas. O artigo visa a discutir como o museu universitário pode propor novos parâmetros pela ação colaborativa. A discussão centra-se na gestão de acervo, “lugar” de cruzamento das políticas institucionais. Trataremos da curadoria da exposição “Resistência já! Fortalecimento e união das culturas indígenas – Kaingang, Guarani Nhandewa e Terena”, que promoveu o entendimento indígena sobre museu universitário, a autorrepresentação e a intenção de doação de objetos contemporâneos. O contexto é o Museu de Arqueologia e Etnologia (USP) e os atores são os Kaingang, Guarani Nhandewa e Terena das Terras Indígenas Araribá, Icatu e Vanuíre, em São Paulo. Queremos apresentar as expectativas indígenas na musealização, para refletir sobre o papel do museu universitário na produção de sentidos preservacionistas e as motivações para a doação, colocando lado a lado herança elegado. Também, como o museu vê a representação e a autorrepresentação, como incorpora novos processos em face de políticas e procedimentos a serem reestruturados. O debate segue nos aspectos antropológicos e museológicos que estruturam novos pensamentos e possibilidades de práxis para os museus.
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Cury, M. X. (2020). Política de gestão de coleções: museu universitário, curadoria indígena e processo colaborativo. Revista CPC, 15(30esp), 165–191. https://doi.org/10.11606/issn.1980-4466.v15i30espp165-191
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