No Sistema Único de Saúde do Brasil (SUS), os níveis de atenção à saúde se inserem no modelo hierárquico através do sistema de referência e contrarreferência. Em um projeto para atender às demandas represadas do nível primário ao secundário, denominado "Mutirão da Saúde", realizado em Porto Alegre, os médicos neurologistas do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, após cada atendimento realizado, responderam a um instrumento para avaliar os encaminhamentos realizados pela rede de atenção primária à saúde (APS). A avaliação foi positiva, mostrando que os encaminhamentos foram realmente necessários em 85% dos casos; entretanto, foi parcialmente contraditória, tendo em vista que 41,7% dos encaminhamentos eram situações clínicas que deveriam ser manejadas no atendimento primário. A avaliação também revelou que 50% dos casos necessitavam de exames complementares. Devido a uma possível regionalização aleatória dos encaminhamentos, o resultado não nos possibilitou uma estimativa apropriada da prevalência por territórios das unidades de APS, informação esta importante para a organização do fluxo de encaminhamentos e planejamento dos recursos alocados pelos gestores, tanto locais quanto municipais.In the Unified Health System in Brazil (SUS), the levels of health care fall within the hierarchical model with the reference and counter-reference systems. In a project to meet the repressed demands of primary and secondary levels, called "Mutirão da Saúde", held in Porto Alegre, the neurologists of the Hospital de Clinicas de Porto Alegre, after each call made, answered a questionnaire to assess referrals performed by the network of primary health care (PHC). The evaluation was positive, showing that the referrals were really needed in 85% of cases; however, it was partially contradictory, given that 41.7% of referrals were medical conditions that should be managed in primary care. The evaluation also revealed that 50% of cases needed further investigation. Due to a possible randomized regionalization of referrals, the result did not allow us to estimate the appropriate prevalence according to areas of the PHC units, information that is important to organize the flow of referrals and planning of resources allocated by managers, both local and municipal.
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Finkelsztejn, A., Acosta, L. M. W., Cristovam, R. do A., Moraes, G. S. de, Kreuz, M., Sordi, A. O., … Chaves, M. L. F. (2009). Encaminhamentos da atenção primária para avaliação neurológica em Porto Alegre, Brasil. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 19(3), 731–741. https://doi.org/10.1590/s0103-73312009000300010
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